"Nós nestes quatro anos temos de criar condições de trabalho totalmente distintas para todos os agentes envolvidos. Para os atletas, para os treinadores. Todos têm de ter condições diferentes, porque não é possível mantermos este nível de amadorismo que temos tido", defendeu Humberto Santos, em declarações à margem do oitavo aniversário da entidade.
O dirigente considerou que os atletas paralímpicos nacionais têm feito "um trabalho extraordinário", uma vez que muitos trabalham durante o dia e treinam apenas à noite, e sublinhou que estes necessitam de mais apoios.
"O maior apoio pode não ser só financeiro. Há também a necessidade de encontrarmos outras formas de disponibilização daqueles que são hoje profissionais noutras áreas e não querem fazer a sua desvinculação profissional. Temos de encontrar aqui um conjunto de medidas que associadas possam ajudar. Nalguns casos será, incontornavelmente, financeira. Mas não só: há também o quadro legal que precisa de ser ajustado", começou por enumerar, antes de se deter com o argumento de que, em primeira instância, o tema tem de ser debatido com o Governo português.
Em cima da mesa estará a celebração de um novo contrato-programa para Tóquio2020, que suceda ao dos Jogos Rio2016, que rondou os 3,6 milhões de euros.
Apesar dos projetos para o futuro, Humberto Santos não sabe se embarcará num quarto ciclo paralímpico. "Vamos ver. É uma decisão que não está tomada. Vamos ponderar sobre essa situação dentro de algum tempo. As eleições no CPP têm de ser feitas até 31 de março e até lá muita coisa pode vir a acontecer", disse.
No entanto, o máximo responsável pela entidade espera que, independentemente da sua decisão, pelo menos alguns elementos que fazem parte da atual Comissão Executiva se mantenham na direção do CPP.
"Considero que o trabalho que têm feito tem sido muito meritório, o reconhecimento público que está a ser feito ao trabalho do CPP é fruto desse trabalho muito intenso, dedicado, determinado. E eu, como cidadão, não gostaria de ver perder esta dinâmica, até porque nós temos um grande desafio. O grande desafio é aumentar as condições de trabalho para atletas e federações, ou seja, criar condições para haver uma maior equidade no tratamento financeiro deste projeto", destacou.
Santos, que frisou não estar a menosprezar as capacidades de futuros candidatos, acredita que com a saída de todos os elementos da direção, o Comité poderia perder informação, conhecimento e até capacidade de interação.
Nos Jogos Paralímpicos Rio2016, subiram ao pódio Luís Gonçalves, nos 400 metros T12 (deficiência visual), Manuel Mendes, na maratona T46 (deficiência motora), José Macedo, no torneio individual de boccia BC3 e a equipa de boccia BC1/BC2, constituída por António Marques, Abílio Valente, Fernando Ferreira e Cristina Gonçalves.
Além das quatro medalhas, os atletas garantiram 25 diplomas, número também superior aos 16 conseguidos em Londres2012.
Fonte: Sapo Desporto
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