É por isso que o médico ortopedista Luís Teixeira, presidente da Spine Matters, associação portuguesa sem fins lucrativos, chama a atenção de todos os que nestes dias de calor procuram refrescar-se com banhos em piscinas, no mar, nos rios ou em barragens, para que tenham a maior atenção ao local e ao modo como mergulham.
"Na execução do mergulho a pessoa atinge cerca de 15 km/hora", explica o médico. "Contudo, quando esse mergulho é executado numa posição quase vertical, a velocidade descreve uma trajetória descendente muito veloz em direção ao fundo da piscina. Por outro lado, e em praias com muita ondulação, as pessoas tendem a mergulhar em zonas de rebentação em que ainda têm pé, sendo frequente a postura incorreta. No momento do impacto no solo, a posição da cabeça e coluna vertical vão determinar tudo, mas antes é a análise do espaço que se torna fundamental", alerta o especialista, lembrando ainda que entre 38% a 47% dos casos ocorrem após consumo de drogas ou de bebidas alcoólicas."
As lesões em mergulho ocorrem geralmente quando a cabeça bate no solo, já que após o impacto o pescoço recebe o peso do corpo, podendo resultar em trauma da medula espinhal. A pior consequência é a paralisação e a impossibilidade de mexer os membros. Conforme o grau da lesão da medula, o mergulhador pode ficar tetraplégico ou paralisado das pernas.
Estes são os conselhos de Luís Teixeira para mergulhar de forma segura:
1. Verifique o local (a sinalização e a cor da bandeira, a profundidade da água). Não corra nunca o risco de mergulhar numa zona que desconhece.
2.Confirme que não existem obstáculos à sua volta com que possa colidir, nomeadamente, rochas, pranchas, pessoas, etc.
3. Procure que a entrada na água seja feita numa posição mais oblíqua (menos vertical) de forma a atingir menor profundidade e a "amortecer" a velocidade do impacto.
4. Estique os braços e mantenha as mãos à frente, para que a cabeça esteja protegida durante o mergulho.
Fonte: DN
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