terça-feira, 27 de novembro de 2018

Tetraplégico de Abrantes vai protestar junto à Assembleia da República

Eduardo Jorge pretende assinalar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência e vai colocar-se ao cuidado dos governantes de 1 a 4 de Dezembro.
Eduardo Jorge, 55 anos, a trabalhar como assistente social no Centro de Apoio Social da Carregueira (CASC), concelho da Chamusca, anunciou que vai estar, entre os dias 1 e 4 de Dezembro, em frente à Assembleia da República, em Lisboa, deitado numa cama articulada e fechado dentro de uma gaiola. O tetraplégico vai sair no sábado de manhã, num “táxi adaptado”, da CASC, instituição onde reside, para iniciar, pelas 14h00, a sua acção de sensibilização em favor do projecto “Vida Independente” e para assinalar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, a 3 de Dezembro.

Durante os quatro dias, Eduardo Jorge pretende colocar-se unicamente aos cuidados do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro do Trabalho e Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva. O objectivo é mostrar a importância da assistência pessoal e da necessidade urgente de tornar realidade os Centros de Apoio à Vida Independente (CAVI).

Esta será mais uma iniciativa realizada pelo activista dos direitos das pessoas com deficiência e responsável pelo blog “tetraplegicos.blogspot.com” e pelo movimento nas redes sociais “Nós Tetraplégicos”. Além de vigílias em frente à Assembleia da República, Eduardo Jorge já fez uma greve de fome, em 2013, e uma viagem de 180 quilómetros em cadeira de rodas, durante três dias, entre Concavada e o Parlamento, em 2014.

Eduardo Jorge, natural de Concavada, concelho de Abrantes, ficou tetraplégico a 20 de Novembro de 1991, após um acidente de viação perto de Alvega (Abrantes). Na altura, foi transportado para o Hospital de Abrantes e depois, devido à gravidade dos ferimentos, foi transferido para o Hospital de São José (Lisboa). Foi lá, aliás, que ficou a saber, através de um médico, da má notícia. Seguiu-se um período de várias reabilitações, sete operações que lhe permitiram recuperar alguns movimentos das mãos.

Entretanto, arranjou uma cuidadora para lhe ajudar nas necessidades diárias até Julho de 2015, momento em que foi obrigado a ir viver para o CASC para não ter de ficar sozinho durante a noite.

Fonte: O Mirante

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