No Recife, uma iniciativa de fisioterapeutas e psicólogos vem mudando a forma como pessoas que têm comprometimento de movimentos lidam com a própria vida sexual. O grupo de orientação sexual para lesionados medulares funciona no centro de reabilitação física do Hospital Pedro Segundo e oferece uma troca de experiências entre pacientes e seus companheiros, que lidam diretamente com as limitações da doença. A iniciativa, criada há quatro meses, já atendeu cerca de 20 pacientes e busca estimular a redescoberta do sexo por parte dos integrantes.
De acordo com a fisioterapeuta que coordena o grupo, Amanda Alcântara, como nem sempre há ereção ou excitação vaginal, o trabalho propõe o aprendizado de novas formas de prazer, com estímulos em áreas sensíveis do corpo. “Boca, pescoço, nuca, couro cabeludo, braços e mamilos são alguns dos pontos que, com a sensibilidade aguçada, podem ser utilizados na hora dessa relação sexual, que não necessariamente envolve a área genital. A possibilidade de ereção, por exemplo, vai depender do tipo de lesão sofrida pelo paciente”, explica.
O preparo de paciente e parceiro também deve estar presente durante as tentativas. Por muitas vezes não ter controle do sistema excretor, é possível haver acidentes com urina e fezes. Compreendendo essa possibilidade, é possível se preparar para a reação, de forma a que isso não se torne um empecilho na relação. “É uma nova primeira vez, sem dúvidas. E há dificuldades no processo de adaptação, pelas quais todo mundo passa”, completa a psicóloga.
Mesmo para quem, sem orientação, já se arrisca a explorar a intimidade, discutir, em grupo, as dificuldades e dúvidas acaba melhorando o relacionamento. É o caso de Fábio Fenelon, 29, e Patrícia Bezerra, 22. Ele é um ex-motoboy que, em um acidente no bairro de Boa Viagem, há quatro anos, acabou tetraplégico. Segundo os médicos, o comprometimento cervical de Fábio foi incompleto, o que permite a recuperação gradual de parte dos movimentos, mantendo, por exemplo, a capacidade de ereção. “No primeiro ano, eu não conseguia mexer mais do que o pescoço, mas sempre consegui ter sexo. Depois de 200 dias internado, assim que cheguei em casa, matamos a vontade. Era algo que eu tinha insegurança, porque era diferente, mas a gente foi se adaptando”, garante o morador de Camaragibe, que acaba de ser pai.
Fonte: Diário de Pernambuco
Pode conferir aqui 1º estudo científico em Portugal, com população portuguesa:
ResponderEliminarhttp://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2247/3/TD-%20Ana%20Garrett.pdf
Já conhecia e inclusive publiquei tempos atrás: http://tetraplegicos.blogspot.pt/2010/04/sexualidade-nas-lesoes-medulares.html
EliminarObrigado
este é o modelo para outros profissionais e não o artigo que publicou há tempos.
Eliminarhá muita diferença, porque este é a base para a reabilitação para outros profissionais usarem. basta olhar no índice.
obrigada pelo seu empenho nestas causas.
Obrigado pelo esclarecimento.
EliminarIrei ler com calma e divulgar.
Fique bem
Eu acompanho seu blog desde que me falaram dele, sou lesionado de c5 desde final do verão 2011 e o meu nome é Luís. Dou os meus parabéns pela sua VOZ gritando por todos nós que não conseguimos sair de casa.
EliminarEu conheço a Prof Dra. Ana Garrett porque foi ela que me ajudou nas questões da sexualidade pois nenhum médico nunca me informou em momento nenhum. Por isso me interessei pelo trabalho dela e pela preocupação que ela manifesta com esses nossos problemas e duvidas. Eramos muitos no grupo de intervenção e foi muito bom para todos acredite! Ela tem muita matéria publicada inclusivé artigos em que "descaca" nos médicos Kkkkkk
É importante divulgar sim porque 99,9% não sabe que cá existem alternativas ao viagra e cialis. Os que estão internados no hospital dela é que levam vantagem Kkkkk
Um abraço pra vc e continue a luta.
Tenho uma dúvida. Pessoas com deficiencias tem mais dificuldades, em geral, de conseguir um companheiro. Caso o paciente não tenha parceiro, há prostitutas especializadas na adaptação do deficiente?
ResponderEliminarSomente existem essas assistentes nalguns paises, como é o caso da Holanda.
EliminarFique bem
Acho que no nosso país ainda existe pouca informaçao e apoio para termos uma vida sexual mais activa,informaçao sobre medicamentos usados, vibromassajadores para ejacular,onde comprar e tipo de apoio.Um abraço
ResponderEliminarSim Luis, continua a haver muita falta de informação embora o CMR Alcoitão disponibiliza consultas nesta área.
EliminarFique bem
Posso tirar algumas dúvidas contigo,Eduardo?
ResponderEliminarEstou me relacionando com uma pessoa tetraplégica. Ele está sempre preocupado com o que me faz sentir prazer, do que eu gosto, o que me exita, mas no entanto, nunca me fala nada dele. Li algumas coisas sobre como essas pessoas sentem algum tipo de prazer, mas as informações são muito vagas. Será que você pode me esclarecer algumas dúvidas?
ResponderEliminarGrata.
Veja esta mensagem: http://tetraplegicos.blogspot.pt/2010/05/mais-sobre-sexo.html
ResponderEliminarBoa sorte