A iniciativa, intitulada "Piso (Con)vida" foi organizada por várias associações como os (d)Eficientes Indignados, a Associação Portuguesa de Deficientes , a Associação dos Deficientes das Forças Armadas, pelo blogue Lisboa (in)Acessível e por vários cidadãos, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade.
O vereador João Afonso, dos Direitos Sociais, foi o primeiro a aceitar o desafio.
"Nunca pensei que fosse tão difícil", admitiu o autarca, referindo que as principais dificuldades foram os ressaltos encontrados quando se sai e entra no passeio e as inclinações da via e do passeio.
A ação decorreu na esquina da Avenida Elias Garcia, com a Avenida 5 de Outubro, numa zona onde há cerca de um ano a câmara implementou um piso com blocos de cimento, um piso tátil para invisuais (indica a direção) e um piso tátil picotado (sinaliza a aproximação à passadeira).
O autarca com o pelouro das Obras, Jorge Máximo, reconheceu, por seu turno, que "apenas a ausência de duas pedras da calçada era o suficiente" para cair.
Miguel Teixeira, José Cruz e Filipa Marques iam a passar quando lhes propuseram que experimentassem andar de cadeira de rodas.
"Isto é perigosíssimo", salientou Miguel após as primeiras voltas de cadeira de rodas.
Já José afirmou que "controlar a máquina foi mais complicado do que pensava". Sendo pai, o jovem também já se tinha confrontado com dificuldades na calçada quando anda com o carrinho de bebé.
Filipa disse que na calçada, em comparação com o piso de cimento, a cadeira "treme mais" e sente-se mais as "irregularidades do piso".
Estas dificuldades são sentidas diariamente por Diogo Martins, do movimento (d)Eficientes Indignados.
O responsável referiu ainda que a calçada portuguesa provoca "um desagaste acentuado" nas cadeiras, e agrava as "doenças relacionadas com a parte muscular, devido ao esforço que têm de fazer".
O coordenador do Plano de Acessibilidade Pedonal da Câmara de Lisboa, Pedro Homem Gouveia, indicou que das ações previstas para o primeiro ano, a autarquia já está a avançar com 43.
Segundo o autor do documento, a câmara está ainda "a definir quais são os pisos alternativos [à calçada] para ir havendo uma substituição progressiva nas zonas onde ela é mais necessária".
Mas para isso, defendeu que as entidades privadas, como as operadoras de subsolo, devem participar no financiamento.
Os pisos alternativos, semelhantes àquele existem na 5 de Outubro, já estão a ser colocados na Avenida de Roma (entre o Areeiro e Alvalade), e nas freguesias de Penha de França e Benfica, apontou o vereador João Afonso.
Deverá seguir-se a Avenida da República, com uma empreitada entre Entrecampos e o Marquês de Pombal, mas apenas num lado da avenida, custeada pelo Orçamento Participativo deste ano.
Fonte: Porto Canal
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