A bandeira anuncia-a e a prática comprova que a classificação de 'praia acessível' é um dos fatores de atratividade de pessoas com mobilidade reduzida à praia da Foz do Lisandro, na Ericeira, no concelho de Mafra.
Na praia que ostenta o galardão "praia acessível" é visível a aposta na criação de estruturas facilitadoras do acesso a pessoas com menos mobilidade.
Passadiços de madeira facilitam a circulação entre o parque de estacionamento, com cerca de 250 lugares (seis do quais para portadores de deficiência) e o extenso areal onde, dos cerca de vinte chapéus de colmo disponibilizados por cada um dos concessionários, dois são reservados a deficientes.
Condições determinantes na escolha desta praia por parte de instituições como a Associação de Solidariedade e Apoio Social do Pessoal da TAP, que a elegeram para o passeio semanal dos idosos.
"É a [praia] mais acessível, especialmente para nós, que andamos de cadeira de rodas,", reconhece Ermelinda Sousa, de 68 anos, uma das utentes do lar.
Entre cantorias, correrias e banhos no mar, a importância das boas acessibilidades da praia, passa praticamente despercebida às vinte crianças da colónia de férias promovida pela empresa Try-Out.
Mas para os mentores do projeto, que fazem questão de incluir nos grupos crianças com deficiência ou limitações, as acessibilidades são determinantes na escolha da Foz do Lisandro.
"No caso de crianças com cadeira de rodas ou com mobilidade reduzida esta é uma praia que dá boas repostas", afirma João Bexiga, sócio da Try-Out, sublinhando a existência de estruturas como o "parqueamento com lugares disponíveis viaturas de transporte de crianças" ou o facto de todo o passadiço ser " muito acessível" e permitir " caminhar desde o parque de estacionamento até à última concessão, com rampa em todos os acesso ao areal".
Por outro lado, salienta, "no areal, existem viaturas [cadeiras designadas por tiralô] adaptadas para levar as crianças à água o que possibilita que a criança possa tomar banho, à semelhança do que acontece com os outros participantes, reduzindo a exclusão desse participante no campo de férias".
Bastante requisitado, o tiralô disponível oferece, segundo o nadador -salvador Emanuel Severino, "quase sempre satisfação garantida" a quem, sem ele, dificilmente teria oportunidade de usufruir de um banho de mar.
Mas, a cumprirem-se os projetos do concessionário do bar "Limipicos", João Fidalgo, em breve a mobilidade reduzida deixará de ser impedimento para a prática de atividades mais radicais.
"Quando aceitámos este projeto contemplámos algumas atividades de turismo aventura, através da realização de passeios em cadeiras adaptadas ou atividades específicas para esse tipo de pessoas", revelou o empresário que pretende "ainda durante este verão dar início a aulas de surf e depois, durante o inverno implementar passeios de BTT e passeios de cadeiras de rodas".
Para isso está, em parceria com o irmão, engenheiro mecânico, a desenvolver "o projeto de uma bicicleta todo o terreno de quatro rodas" que pretende implementar no próximo inverno.
Até lá, deixa a garantia de que, tanto na praia como no bar, condições não faltam ao espaço onde desde as casas de banho com chuveiros adaptados, à esplanada com amplos corredores, tudo está preparado para tornar a praia verdadeiramente acessível a todos.
Lusa/Fim
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