sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ajudas Técnicas/Produtos de Apoio: Porque o INR nada faz?

EU: No seu ponto nº 4 o Despacho n.º 3520/2012 informa: "As verbas referidas nos números anteriores poderão vir a ser reforçadas durante o ano de 2012, por despacho conjunto dos Ministérios da Economia e do Emprego, da Saúde e da Solidariedade e Segurança Social, mediante parecer da(s) entidade(s) financiadora(s) e do Instituto Nacional para a Reabilitação, I. P."

Na maioria do país conseguir através do SAPA por exemplo fraldas, algálias, cateteres, etc. (para não mencionar outros produtos mais caros) está a ser impossivel. Processos vêm todos indeferidos por falta de verbas. Mas como bem podemos ver acima, no seu ponto nº 4, o INR pode e deve agir. Porque não o faz? Vejam abaixo a resposta dada pelo INR. Em verde está sublinhada a frase que não se entende. Ou seja, INR informa que desde que as verbas esgotem nada mais haverá a fazer...mas há, está claro no ponto nº 4. Será que INR se esqueceu?

Exmo Srº

Na sequência da mensagem de correio eletrónico que enviou para o Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P., (INR, I.P.), que mereceu a nossa melhor atenção e, no que se refere à prescrição de uma cadeira de rodas elétrica, informo V. Ex.ª do seguinte:

O Despacho n.º 6133/2012, de 10 de maio, II série, os Produtos de Apoio (Ajudas Técnicas), no n.º 5 determina que o financiamento é de 100 %, quando o Produto de Apoio (Ajuda Técnica) não conste das tabelas de reembolsos do Serviço Nacional de Saúde, do subsistema de saúde de que o cidadão é beneficiário, ou quando não é comparticipado por companhia seguradora. Quando o Produto de Apoio (Ajuda Técnica) consta das tabelas de reembolsos do Serviço Nacional de Saúde, de subsistema de saúde, ou, ainda, quando é coberta por companhia seguradora, o financiamento é do montante correspondente à diferença entre o custo do Produto de Apoio (Ajuda Técnica) e o valor da respetiva comparticipação. Ou seja o subsistema de saúde reembolsa um determinado valor e a diferença entre o valor reembolsado e o valor do produto de apoio é objeto de financiamento. De referir que este financiamento termina quando esgotada a verba atribuída à entidade financiadora.

Assim, tratando-se de uma cadeira de rodas elétrica, consta da lista homologada anexa ao referido despacho (anexo III) com o código 12 23 06, e tem o nível de prescrição 1, 2 e 3 e poderá ser prescrita por:

- PA/AT de Nível 1 - Centros de Saúde e Hospitais de Nível 1;

- PA/AT de Nível 2 - Hospitais de Nível 1 plataforma B e Hospitais Distritais;

- PA/AT de Nível 3 - Hospitais Distritais plataforma A, Hospitais Centrais, Centros Especializados com equipa de reabilitação constituída por médico e pessoal técnico especializado de acordo com a tipologia da deficiência.

Nesse contexto, V. Ex.ª poderá obter uma prescrição junto do Centro de Saúde da sua área de residência, de um hospital, bem como junto de um Centro Especializado com equipa de reabilitação constituída por médico e pessoal técnico especializado.

De referir que, quando as prescrições são efetuadas pelos hospitais os mesmos são entidades financiadoras. No caso da prescrição ser efetuada por um centro especializado ou por um centro de saúde, o processo de financiamento é realizado junto do Centro Distrital da Segurança Social da área de residência do requerente.

Quando o processo de financiamento for realizado pelo Centro Distrital da Segurança Social, o processo de instrução de candidatura deve obedecer às seguintes condições:

a) Preenchimento correto da ficha de prescrição (Anexo I) obrigatoriamente incluindo: fotocópia legível do bilhete de identidade ou cartão do cidadão e três (3) orçamentos distintos para aquisição do Produto de Apoio (Ajuda Técnica), atualizados e datados referentes ao ano do pedido.

De referir que a análise do processo está sujeita à verificação da necessidade e ou impacto que o produto de apoio terá para o requerente/candidato, no contexto da sua vida quotidiana.

Para mais esclarecimentos poderá aceder ao site do INR, I.P. www.inr.pt, no menu “perguntas frequentes”, http://www.inr.pt/content/1/59/ajudas-tecnicas-produtos-de-apoio.

Colocando-nos à disposição de V. Ex.ª, para qualquer outro esclarecimento de que necessite através do e-mail inr@inr.msss.pt, agradecemos o preenchimento do Inquérito de Satisfação que se encontra em anexo à presente resposta.

Com os melhores cumprimentos,

O Conselho Diretivo do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P.
Av. Conde de Valbom nº 63
1069 - 178 Lisboa
Email: inr@inr.msss.pt
Web: www.inr.pt

6 comentários:

  1. Meu Caro Eduardo, estás à espera de quê? Que neste País comandado (há vários anos) por gente de caca, a letra de lei se faça Lei? Eu sei que é LINDO sonhar... Também já sonhei TANTO!... Mas... cansei!

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    1. Digamos que sonho qb. Mas sem dúvida que a esperança em dias melhores mantêm-se e há que ser persistente e nunca desistir.
      Mas entendo a tua frustração. Parece que cada vez estamos em pior situação.
      Fica bem

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  2. Eduardo, só quem vive estas situações & necessidades tem noção da realidade tão longe da letra da lei... - é "giro" pensar que se cumprem os direitos, que se dignificam os deveres (de uma sociedade ou profissionais que os deviam cumprir)...
    Só conheço duas formas de obter ajudas técnicas, e recuso-me à mais rápida - ir a um programa de TV!*
    Das vias que deveriam ser normais, sei as "manobras" dos profissionais, o quão curtas são as verbas, o desrespeito dos mil e um preceitos repetidos à exaustão quando "andamos atrás" do que é preciso... - será que alguém tem noção??????
    (*)Ao fim de 5 anos de sofrimento, escrevi a secretários de estado e 3 ministros de pastas relacionadas - pouco depois tinha 3 formas de pagar o que fazia falta!
    Tudo de bom no teu percurso, bons estudos...

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    1. Sónia, muito bom ter-te por aqui.
      Não sabia que também precisavas de Ajudas Técnicas.
      Eu felizmente tenho tudo que necessito pago pela minha seguradora. Nunca me faltaram com nada. Existem pessoas que não conseguem entender porque tanto luto se não preciso. Não se trata de ter tudo, mas sim de justiça e solidariedade. Sei por-me no lugar dos outros e conheço casos dramáticos.
      Fica bem

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  3. Contem comigo quando for para pararmos as cadeiras em frente da Assembleia da República.
    Portugal está cheio de Associações e Fundações que não nos defendem porque recebem dinheiro do Estado. Há muito que acompanho a situação, fazem-nos saltar de pára-quedas, cursos de cozinha e atribuem materiais. As pessoas ficam felizes por um dia e os outros 364? Enquanto continuarem a fazer o trabalho do Estado, o mesmo nunca o fará e as histórias de vida duram 1 dia, no dia seguinte foram conversa fiada.
    Peço desculpa pelo desabafo e aproveito para me apresentar, Aldo Alexandre, tenho 34 anos, tetraplégico há 14 anos e moro em Silves. Terra pequena, onde ninguém dá nada a ninguém e tudo o que tenho sai-me do corpo. Sou funcionário público (administrativo) e vou lutando por um dia a dia melhor.
    Volto a frisar, se um dia precisarem de alguém para lutar e revoltar o actual sistema, força! Para meninos bonitos, não obrigado.
    Abraço a todos

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    1. Muito bom saber isso Aldo. Geralmente todos reclamamos mas não agimos. Somos milhares, temos que por na cabeça que juntos e unidos poderemos mudar muita coisa. De braços cruzados e parados em casa a apontar o dedo e esperar que os outros façam tudo é que não vamos lá.
      Fica bem e envia-me teu contato para o tetraplegicos@gmail.com

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