A viagem da embarcação, adaptada para deficientes motores, iniciou-se em abril em Miami (Estados Unidos da América), passando depois por Nova Iorque, onde recebeu do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a Convenção para que seja assinada pelo Estado do Vaticano.
O projeto solidário "Wheels on Waves", do velejador tetraplégico italiano Andrea Stella, vai terminar em setembro em Roma, com passagem por vários portos da Europa, percorrendo cerca de seis mil milhas marítimas, numa campanha que visa também sensibilizar para os problemas com que se confrontam as pessoas com deficiência motora.
Na etapa entre Portimão, no Algarve, e Gibraltar - território britânico ultramarino, situado no extremo sul da Península Ibérica - a embarcação leva a bordo o português Salvador Mendes de Almeida, fundador da Associação Salvador, que se dedica à problemática da mobilidade reduzida.
Salvador crê que a viagem seja tranquila, "num barco equipado com elevadores de acesso aos dormitórios e instalações sanitárias, com todas as condições para acolher qualquer pessoa com problemas motoras".
"Os espaços são maiores, sem degraus, o que permite a circulação de cadeiras de rodas. Se não é assim tão complicado adaptar um barco, o mesmo se poderia fazer nas nossas cidades", destacou.
Para o fundador da associação Salvador, "o barco pode servir como exemplo e um impulso para sensibilizar as pessoas para o problema das acessibilidades".
Além do passeio marítimo, o percurso Portimão-Gibraltar tem para Salvador Mendes de Almeida um objetivo solidário: "O de angariar verbas que ajudem o Fernando Pinto, vice-campeão do Mundo em vela, a adquirir um barco adaptado para a competição".
"O Fernando sofreu um acidente e ficou paraplégico há 17 anos. Atualmente quer ir aos jogos Paralímpicos e precisa de um barco novo", sublinhou.
A Associação Salvador associou-se ao projeto italiano 'Wheeles on Waves' e pretende angariar o dinheiro através da venda das 159 milhas náuticas que ligam Portimão a Gibraltar.
"Por cada milha as pessoas podem contribuir com 48 euros, o que dá cerca de 7.600 euros para que o Fernando Pinto tenha um barco adaptado às suas condições e que possa representar Portugal ao mais alto nível nos Jogos Paralímpicos", frisou.
Fonte: DN
Sem comentários:
Enviar um comentário