A Casa de Santa Isabel, em São Romão, Seia, está a promover uma campanha de angariação de fundos para reconstrução de uma habitação destruída pelas chamas.
Segundo Paulo Neves, um dos colaboradores na campanha, a casa que ardeu, denominada “Casa Elias”, acolhia sete utentes e quatro monitores «que estão alojados, temporariamente, em outras casas da instituição».
«Como a habitação destruída pelo fogo é fundamental para o funcionamento da comunidade terapêutica, a direcção, que não tem verbas suficientes para a execução da obra, decidiu abrir uma conta bancária destinada a receber donativos para esse fim», explicou.
Paulo Neves recordou que pelas 1h30 de 3 de Outubro, uma das seis casas da comunidade terapêutica de apoio a crianças, adolescentes e adultos com necessidades especiais, «foi atingida por um violento incêndio, destruindo-a totalmente e vitimando uma monitora e uma das suas filhas», com 41 e 7 anos.
A mulher falecida era viúva e trabalhava como monitora na instituição particular de solidariedade social (IPSS) e no momento em que o fogo foi detectado, estava uma dezena de pessoas na casa, entre crianças e adultos.
«A monitora ainda conseguiu salvar alguns utentes, incluindo duas filhas, mas o fogo acabou por a vitimar a ela e a outra filha, já muito perto da saída da habitação em chamas», recordou Paulo Neves. Maria Linares trabalhava na instituição há dez anos, tal como o irmão e o marido, que faleceu o ano passado vítima de doença grave.
O responsável indicou que as causas do sinistro «são ainda desconhecidas, estando em processo de averiguação pelas entidades competentes», nomeadamente pela Polícia Judiciária.
O fogo deflagrou durante a madrugada e mobilizou 56 homens e 13 viaturas de seis corporações dos concelhos de Seia e Gouveia. Em declarações à SIC, o comandante dos Bombeiros Voluntários de São Romão, Serafim Barata, explicou que as características da casa dificultaram o combate às chamas. «Estávamos perante uma habitação que era toda em madeira, com uma ou duas paredes de tijolo. A carga térmica era muito elevada, e quando chegámos, já era impossível entrar, e só conseguimos fazer o combate pelo exterior», assinalou.
Quanto à reconstrução da residência destruída pelas chamas, Paulo Neves referiu que «o seguro e um provável apoio da Segurança Social cobrirão uma parte dos custos mas outra grande parte dependerá da ajuda solidária de todos os que se queiram associar a esta causa», disse a fonte, apontando que a obra envolverá custos da ordem dos 500 mil euros.
Sociedade Civil contribui para atenuar dificuldades
A Casa de Santa Isabel abriu a conta “Seguir em Frente”, que visa reunir fundos destinadas «à construção de um novo lar» [com o NIB: 00454083 4023950783511], referindo os responsáveis pela campanha que «todas as ajudas, por mais modestas que sejam, são preciosas». Nos diversos apelos que têm surgido pelo concelho, e também nas redes sociais, é referido que «basta um euro» para voltar a pôr de pé a “Casa Elias” e dar um novo lar aos desalojados, nomeadamente às duas meninas que ficaram órfãs, de 4 e 9 anos.
De acordo com Carlos Páscoa, presidente da direcção da instituição, outras manifestações de solidariedade surgiram na sociedade civil, nomeadamente através das crianças das escolas de São Romão e Seia, que juntaram livros, brinquedos e algumas roupas para entregar às duas meninas órfãs. Também empresas e instituições arranjaram forma de contribuir, o que fez com que a Casa de Santa Isabel já não necessita de roupa para os alunos e monitores desalojados.
A Casa de Santa Isabel, fundada em 1981, é uma comunidade terapêutica destinada a acolher crianças, adolescentes e adultos com necessidades especiais, situada em São Romão, no concelho de Seia, que possui 85 utentes e cerca de 55 colaboradores e voluntários. Além das unidades residenciais dispõe de um edifício escola, outro com oficinas, anexos e campos agrícolas, proporcionando a cada utente a possibilidade de auto-desenvolvimento, de cura e de realização do seu potencial.
Fonte: Porta da Estrela
Sem comentários:
Enviar um comentário