segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Centro de Alcoitão aplica tecnologias virtuais em recuperações reais


Um tanque para facilitar a marcha a doentes paraplégicos concentra as atenções junto das piscinas do Centro de Reabilitação de Alcoitão e faz parte de uma lista de inovações, algumas das quais únicas em Portugal.

O equipamento chegou há pouco tempo e está na lista de inovações na área da reabilitação que têm ajudado doentes dentro e fora do centro de Alcoitão, no concelho de Cascais.

O tanque foi experimentado por um jovem paraplégico sob o olhar atento da mãe, da equipa de saúde que o acompanha e por outros profissionais que dão nota positiva aos exercícios que o jovem consegue fazer.

O centro conta há 10 anos com um laboratório de marcha, único no país, e que visualmente faz lembrar como são criados os personagens virtuais para cinema.

O último dos melhoramentos no sistema aconteceu este ano, conta o coordenador clínico do laboratório, Jorge Jacinto, admitindo trabalhar com a mesma tecnologia do filme 'Avatar', mas fazendo um uso "bem real".

Câmaras de infra-vermelhos detetam os 'transmissores' colocados no corpo dos examinados para que seja reconstituído o movimento do corpo e detetados possíveis problemas.

Jorge Jacinto explica que no laboratório se pode "objetivar, quantificar" e orientar os médicos sobre quais os medicamentos a receitar, assim como avaliar depois o efeito dos tratamentos.

O médico justifica o facto do laboratório ser o único no país, por ser "muito diferenciado": "não é um exame que se deve pedir a toda a gente, é preciso ter uma pergunta concreta para a qual exista uma resposta, é como uma ressonância magnética".

Tal como outros exames no centro de Alcoitão, este está disponível para doentes externos, mas a sua utilidade ainda está "subvalorizada" e aos 100 feitos anualmente podem juntar-se "calmamente" outros tantos, acrescenta o médico.

A fisiatra Virgínia Reis é responsável pelo laboratório de posição de sentado, onde são avaliados doentes dependentes de cadeiras de rodas.

Recorrendo a um 'tapete' ligado a um computador e colocado no assento da cadeira, os técnicos analisam e escolhem as almofadas mais apropriadas, explica a médica.

Outros componentes das cadeiras também são avaliados para dar "estabilidade, conforto e melhorar a qualidade de vida das pessoas dependentes de cadeira de rodas", resume.

Numa outra sala, a fisiatra Beatriz Condeça coordena outro equipamento único em Portugal: o 'cockpit' de um automóvel para avaliar a aptidão, ou falta dela, para conduzir.

Os testes efetuados indicam também a possível necessidade de "ajudas técnicas" para conduzir. "Fazemos a avaliação e chegamos a uma conclusão", explica a fisiatra, referindo que são depois escritos relatórios para os médicos assistentes ou delegados de saúde.

Nestas provas é feita uma avaliação global do doente e a triagem de défices cognitivos, além dos físicos.

Margarida Reis, terapeuta ocupacional, é a anfitriã para apresentar um sistema informático com vários programas de reabilitação cognitiva como, por exemplo, um treino de memória verbal.

Junto ao espaço onde trabalha também existem o "magic eye" (olho mágico) e o "magic key", que possibilita a pessoas impedidas de se movimentar de usar o computador com o olhar e aproveitar na prática o melhor da tecnologia. SIC Online

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