segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Entre 20 a 40% do dinheiro gasto em Saúde é desperdiçado


Entre 20 a 40 por cento do dinheiro investido em saúde é desperdiçado, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) hoje divulgado e que aconselha os países a melhorar a eficiência em vez de cortar nos gastos.

«Num momento em que o dinheiro escasseia, o conselho para os países é o seguinte: antes de procurarem onde cortar os gastos com assistência médica, há que procurar opções que melhorem a sua eficiência», refere a directora-geral da OMS, Margaret Chan, numa mensagem introdutória do relatório.

Segundo o relatório sobre o financiamento dos sistemas de saúde, as estimativas globais apontam que entre 20 a 40 por cento das despesas de saúde são desperdiçadas, «privando muitas pessoas de cuidados extremamente necessários».

Os gastos com medicamentos representam mais de 20 por cento da despesa total de saúde a nível mundial, com a OMS a aconselhar uma melhor utilização de fármacos.

Aliás, como exemplo de ineficiência, o documento dá conta de que «mais de metade da totalidade dos remédios é prescrita, dispensada ou vendida inadequadamente e metade dos doentes não toma os fármacos que são prescritos ou dispensados».

A organização recomenda também uma melhor gestão hospitalar e frisa que, segundo estudos recentes, as unidades hospitalares poderiam ganhar mais 15 por cento do que actualmente sem terem que gastar mais.

Numa análise à universalidade da cobertura dos serviços de saúde, o relatório refere que os países se confrontam com algumas barreiras: disponibilidade de recursos, uso ineficiente de verbas e dependência excessiva do pagamento directo pelos serviços.

«A obrigação de pagar directamente por serviços no momento em que deles precisam, seja de modo formal ou clandestino, impede que milhões de pessoas recebam assistência médica quando precisam», frisa o documento.

Nota ainda que quanto mais pobre é o país, maior é a proporção das despesas financiadas através de pagamentos directos (que não envolve participação através de impostos ou com base nos rendimentos).

«O mundo está ainda longe da cobertura universal, onde todas as pessoas tenham acesso a serviços de saúde sem o medo de dificuldades financeiras por deles usufruírem», conclui a OMS.

Apesar dos mecanismos de financiamento usados pelos estados mais ricos ou desenvolvidos, a organização lembra que «nenhum dos países cobre realmente 100 por cento da população, para 100 por cento dos serviços disponíveis e em 100 por cento dos custos, sem listas de espera». Sol

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