Em 2003, aos 17 anos, Fernanda Fontenele sofreu um acidente de carro que a deixou tetraplégica. Felipe Costa foi diagnosticado paraplégico em 2008, aos 20 anos, depois que capotou seu carro. Após seu acidente Felipe decidiu que voltaria a andar e procurou diversos tratamentos até conhecer o Projectc Walk, um centro de reabilitação avançada na Califórnia, Estados Unidos. Felipe viajou em busca da cura e viu pacientes com lesões medulares voltarem a andar. Ele foi o primeiro brasileiro a fazer o tratamento na instituição e se tornou uma fonte de informações para outros brasileiros que passaram pelo mesmo drama.
Felipe conheceu Fernanda por meio dos vídeos que ela colocou na internet para conseguir dinheiro para viajar e fazer o tratamento. “O vídeo da Fernanda me comoveu bastante porque as nossas histórias eram muito parecidas. Começamos a trocar e-mails e eu falava sobre como era a Califórnia e mandava informações sobre moradia e coisas que poderiam ajudá-la”, conta. Fernanda juntou os amigos, organizou uma campanha e foi fazer o mesmo tratamento que Felipe. “Quando ela chegou aos EUA, parecia que já nos conhecíamos há muito tempo. Tínhamos muitos sonhos e gostos em comum”, diz Felipe.
Os dois passaram XX meses nos EUA. Fernanda já recuperou 100% dos movimentos dos braços e um pouco dos movimentos das pernas e Felipe já consegue se sustentar em pé. “Foi muito importante termos passado pelo tratamento juntos. A cada movimento novo que eu consegui fazer, mostrava para ela. E vice-versa”, diz Felipe. De volta ao Brasil, Felipe e Fernanda estão noivos e pretendem terminar o tratamento aqui em um centro que os dois irão inaugurar no dia 16 de novembro em São Paulo. Batizado Centro de Recuperação de Lesão Medular AcreditANDO, a instituição é baseada no Método Dardzinski, desenvolvido no instituto Project Walk, que foi criado há cerca de dez anos, com o objetivo de fazer com que pacientes com lesão medular possam voltar a andar.
O centro será o único da América Latina a utilizar o método Dardzinski, o mesmo aplicado na Califórnia, para trabalhar na reabilitação de pacientes com lesões na medula e terá capacidade para atender até 15 pessoas ao mesmo tempo. Segundo Fernanda, o método é aplicado em cinco fases, sendo as primeiras dedicadas ao estímulo para criação de massa muscular. “As duas últimas fases são para pessoas q têm o movimento, mas não têm a coordenação para voltar a andar”, diz. “Os exercícios são repetitivos e o clima é de academia.” A área de cerca de mil metros quadrados tem todos os equipamentos importados e duas instrutoras passaram pelo treinamento do Project Walk na Califórnia. “Já tivemos mais de 100 inscrições”, conta Fernanda. Uma hora de tratamento deve custar entre R$ 100 e R$ 150, sendo que o indicado são três horas da fisioterapia diariamente. Futuramente, a instituição deve oferecer também hidroterapia. Já o casamento de Fernanda e Felipe tem data definida: sai no ano que vem.
Fonte: Ser Lesado
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