Na "esmagadora maioria" das unidades especializadas de Educação Especial os alunos já não frequentam aulas ou actividades do ensino regular - a denúncia foi feita pela Fenprof, que garante existir "um clima de resistência" de pais e professores a travar a integração.
De acordo com a lei, um aluno portador de deficiência, numa unidade especializada, "deveria frequentar as turmas do ensino regular em determinados momentos ou actividades", mas não é isso que acontece, garante a Federação Nacional de Professores.
O coordenador da Educação Especial da Fenprof, Manuel Rodrigues, assegurou, ontem, terça-feira, em conferência de Imprensa, que "uma maioria imensa das unidades já não consegue levar os alunos" a essas actividades por existir nas escolas "um movimento de resistência".
"De inclusão já quase só temos o nome", insistiu, explicando que a "perturbação" causada pela presença desses alunos gera resistência nos pais e até docentes. Nas escolas, garante, faltam "milhares" de docentes, auxiliares e técnicos.
Ana Almeida, da Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD), e mãe de um aluno com paralisia cerebral defendeu acções de sensibilização nas escolas.
Do Estado recebe pouco mais de 200 euros de um subsídio para Educação Especial que deve cobrir todos os tratamentos (como fisioterapia, terapia ocupacional ou da fala) - o valor impõe aos pais escolherem entre um dos tratamentos.O subsídio, garantiu, não é acumulável com o de assistência à terceira pessoa (84 euros mensais) e o de transportes não é revisto desde 1980 - para viaturas dos pais, "só é atribuído para deslocações superiores a 20 quilómetros, dois cêntimos por quilómetro". JN
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