sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Casa inteligente e ala para casos especiais

A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental – APPACDM não baixou os braços perante esta crise e avançou com candidaturas a projectos europeus que acabou por ver confirmadas

Os projectos foram integrados nos programas europeus do POPH – Programa Operacional Potencial Humano e o Proder – Programa de Desenvolvimento Rural e destinam-se s instalações da Quinta da Carapalha.

A vice-presidente Maria de Lurdes Pombo realça que no âmbito do POPH os projectos a desenvolver passam por uma nova residência para síndromes pouco identificados, uma residência autónoma e apoio domiciliário.

“No que respeita a síndromes ainda pouco identificados, vamos fazer parcerias com duas universidades que estão interessadas em colaborar na investigação. Vamos virar essa residência para casos mais complexos dentro da deficiência e para isso candidatámo-nos à construção de uma ala específica”, refere. Este projecto que agora foi aprovado engloba, ainda a realização de uma residência autónoma.

A responsável destaca que esta ala específica será para 15 utentes, “porque vão ser casos muito especiais para investigação”. Depois, na residência autónoma, a chamada casa inteligente, estarão cinco utentes e “depois vamos virar-nos muito para o apoio domiciliário até onde pudermos chegar”.

A instituição acaba de adquirir uma carrinha que já entregue, adaptada, com kits de transporte de alimentação, de higiene e roupa, para que posam levar o serviço a casa de quem necessita de apoio. E a maior preocupação prende-se com a prestação de cuidados especializados com os diversos terapeutas.

“O nosso objectivo é levarmos junto de pessoas que têm alguma dificuldade de mobilidade, aos acidentes vasculares cerebrais e outros problemas de saúde física, os diversos serviços, terapia ocupacional, da fala, fisioterapia e outros que temos dentro da instituição”, explica.

A residência autónoma é a chamada casa inteligente que dispõe de um software próprio destinado a pessoas com pouca mobilidade e que com um simples gesto ou mesmo mexer de olhos podem desencadear diversas actividades, como abrir portas ou persianas ou ligar o fogão.

Os projectos do PRODER passam pela criação e melhoria das acessibilidades dentro da quinta e a aposta na realização de eventos tradicionais da Beira Baixa, como a vindima ou a apanha da azeitona.

“Com a criação de acessibilidades queremos que os nossos utentes possam circular melhor pela quinta, nomeadamente os deficientes com dificuldades motoras, e também porque queremos virar a quinta para a comunidade”, refere Maria de Lurdes.

Segundo explica, a ideia é que possam ser abertas as portas da instituição a actividades tradicionais da Beira Baixa e que estão a desaparecer, como já aconteceu com a vindima e com a apanha da azeitona.

“Este ano já tivemos ali algumas crianças para verem e ajudarem na vindima e durante 15 dias tivemos connosco um grupo de franceses que vieram a Portugal e pediram para ir junto de deficientes ver como era feita a apanha da azeitona”, esclarece.

Para além disso, a ideia passa pela realização de outras iniciativas, como, por exemplo, crianças festejarem ali o seu aniversário. Num local onde têm animais que podem ver, onde têm uma série de produtos e coisas que começa a ser difícil às crianças da cidade observar.

Maria de Lurdes Pombo fala, ainda, na realização da desfolhada, uma vez que na quinta s produz o milho ou mesmo na tradicional matança do porco. “Estamos a ponderar e a falar com os serviços, com a ASAE e porque temos um veterinário na direcção, a possibilidade de fazer uma matança do porco tradicional, porque penso que seria interessante para abrir essas actividades à cidade e para isso precisamos de estruturas dentro da quinta”, refere, especificando que a candidatura ao Proder foi nesse sentido.

A responsável da APPACDM frisa que a quinta tem excelentes condições e é fundamental tirar daí também alguma capacidade económica.

Estas novidades foram dadas a conhecer no decorrer da abertura da exposição venda de materiais feitos pelos utentes da instituição. Mais uma vez o Governo Civil abrir as suas portas para receber esta iniciativa que esteve patente ao público durante quatro dias. Jornal Reconquista

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