O défice na Saúde é muito maior do que se temia, e o Governo terá provavelmente de dourar os números para evitar o escândalo. De ano para ano a situação piora.
A situação financeira do Serviço Nacional de Saúde (SNS) pode, afinal, ser ainda mais grave do que o próprio ministro das Finanças admitiu em Outubro passado.
Mais do que os 500 milhões de derrapagem em relação ao que foi orçamentado para 2011 e que Teixeira dos Santos descobriu, as contas provisórias do final do ano feitas pelo próprio Ministério da Saúde apontam para um défice acumulado que pode chegar aos dois mil milhões de euros.
Segundo o SOL apurou, estes valores já são do conhecimento do secretário de Estado adjunto da Saúde, Óscar Gaspar, mas ainda não foram remetidos às Finanças. O secretário de Estado quererá garantir que estes números são mesmo irreversíveis, antes de lançar a bomba sobre o ministro das Finanças. Por isso, continuam fechados a sete chaves.
O SOL tentou contactar Óscar Gaspar para confirmar a recepção dos dados financeiros provisórios do SNS de 2011, mas sem sucesso. A Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS) - que os elaborou - e o Ministério das Finanças também não responderam em tempo útil ao SOL.
Os cerca de dois mil milhões de euros representam, ao que tudo indica, o valor do défice acumulado do SNS em 2010, ou seja, o saldo do exercício deste ano (que corresponde à diferença entre o que foi orçamentado e o executado) mais as dívidas de anos anteriores.
Em 2009, o défice acumulado atingira os 600 milhões de euros (só de exercício, foram 400 milhões) e em Setembro deste ano, conforme revelou o próprio ministro das Finanças, a derrapagem na Saúde já ultrapassava os 500 milhões - pelo que, nessa altura, o défice acumulado já era superior a mil milhões de euros. SOL
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