Há farmácias que estão já a recusar-se a adiantar a comparticipação de medicamentos a beneficiários da ADSE, como resposta à rejeição de facturas por parte deste subsistema de saúde dos trabalhadores do Estado.
As farmácias portuguesas denunciaram no final do mês passado que a ADSE começou a recusar receber a facturação relativa ao adiantamento, por parte das farmácias, da comparticipação de medicamentos aos trabalhadores do Estado.
"Há farmácias que têm acordo directo com a ADSE e por iniciativa própria podem fazer isso. Algumas já cortaram o fornecimento [de medicamentos a crédito] e já nos comunicaram", adiantou à agência Lusa Inês Martins, da direcção da Associação de Farmácias de Portugal (AFP), uma das duas associações portuguesas representativa dos proprietários de farmácias.
Tanto a AFP como a Associação Nacional de Farmácias já comunicaram aos seus associados que, se o problema de recusa de recepção da facturação por parte da ADSE se prolongar para lá de 11 de Novembro, os beneficiários terão de pagar integralmente nas farmácias o preço dos medicamentos.
O gabinete do ministro das Finanças, que tutela a ADSE, adiantou já que as farmácias foram informadas em Agosto de que deveriam, a partir de 1 de Setembro, emitir facturação apenas para os medicamentos prescritos e dispensados a beneficiários atendidos por médicos na actividade privada e fora do âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Assim, caberia às farmácias fazer uma triagem das facturas, reencaminhando para o SNS aquelas que dizem respeito a receituário do próprio SNS
A AFP estima que a maioria das farmácias aguardará por dia 11 de Novembro para perceber se a situação se esclarece, mantendo até lá a dispensa normal de medicamentos a crédito aos beneficiários da ADSE.
No entanto, Inês Martins admitiu à Lusa que há farmácias com mais dificuldades em suportar esta situação.
"Temos conhecimento de algumas que deixaram de fazer o fornecimento já no dia 1 de Novembro. Há farmácias em situação difícil", declarou.
Um beneficiário da ADSE contou à Lusa que tentou aviar uma receita na Farmácia Gomes, em São Mamede, em Lisboa, e que lhe foi comunicado que não poderia usufruir da comparticipação.
"Ou pagava sem comparticipação ou teria de ir ao Centro de Saúde para me passarem uma nova receita com cartão de utente. Foram estas as opções que me deram. Optei por ir a outra farmácia e consegui aviar a receita", relatou este funcionário público, que preferiu não ser identificado.
Fonte: Económico
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