“As pessoas utilizam frequentemente estas expressões com uma conotação negativa, de forma corriqueira, quando querem insultar alguém que é incompetente a conduzir, por exemplo, e não se apercebem que isso acaba por gerar a exclusão social das pessoas deficientes”, explicou ao PÚBLICO Joana Santiago, presidente do BIPP. “A educação linguística é importante para que as deficiências não continuem a ser citadas servindo de insulto”, acrescenta.
Para isso, a associação criou um um desafio no Instagram, no qual convidam toda a gente a partilhar uma selfie com uma tira de fita-cola na boca e o insulto escrito de “que foi alvo ou que utilizou”. De seguida, a ideia é que a fotografia seja publicada juntamente com a descrição da situação em que esse insulto foi usado, acompanhada das hastags #bipp e #naoeinsulto. “As pessoas partilham e convidam os amigos a fazer o mesmo”, explica Joana Santiago. “É uma forma diferente e divertida de fazer a sensibilização”, continua. A associação aposta ainda na divulgação da iniciativa através de outras redes sociais e de um site criado especificamente para a campanha.
A associação lembra que no Instagram termos como deficiente,freak ou mongloide são frequentemente usados. Nessa rede social, a hashtag #deficiente foi usada 93.308 vezes, #mongo tem 70.000 utilizações, e #anormal tem 52.000 utilizações, por exemplo. A hashtag mais usada é #freak (393.005).
A BIPP pretende fazer chegar este desafio ao maior número de pessoas possível e, para isso, convidou algumas caras bem conhecidas para se associarem a esta cadeia, “gerando um efeito de multiplicação”, explica a associação. Silvia Rizzo, Rita Salema, Mariana Monteiro, Heitor Lourenço, Henrique Feist, Cifrão, Kátia Aveiro, Cinha Jardim ou Bibbá Pitta são alguns dos nomes que já disseram que vão aderir à campanha. As autoras dos blogs A Pipoca Mais Doce (Ana Garcia Martins), A Curiosa (Iva Lamarão) ou Coquette à portuguesa (Jael Correia) já partilharam as suasselfies.
“Ser deficiente não é um insulto” vem no seguimento do projecto “Diferente ou Defeito”, uma iniciativa lançada pela BIPP em Junho, e que visou lançar uma loja online de doações. Cada contribuição serve para apoiar acções de solidariedade promovidas pela associação.
Fonte: Público
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