O turismo é uma das actividades económicas com as maiores taxas mundiais de crescimento anual desde há várias décadas. Isto fez ampliar mercados antes inexplorados e atingir amplas camadas da população, devido às diferentes facilidades de acessos e meios de transporte, ao aumento da receita e às acções promocionais.
Porém, a expansão das viagens de turismo ainda não permitiu que todos os segmentos da população fossem beneficiados para desfrutar do Turismo de Lazer, de Natureza ou de Saúde e Bem-estar.
Pessoas com deficiência de diferentes tipologias ou com mobilidade reduzida também poderiam ser incluídas nas estatísticas de exclusão social do turismo, pois encontram dificuldades em se adaptarem às instalações e aos equipamentos nas edificações turísticas e nos espaços de lazer ou desporto. Ao mesmo tempo, encontram prestadores de serviços sem qualificações específicas para um atendimento diferenciado.
Apesar destes obstáculos – e talvez por consequência deles – a acessibilidade no turismo tornou-se prioridade do Governo. Com a Resolução do Conselho de Ministros n.º 9/2007, de 17 de Janeiro, as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida passaram a ter o direito de fazer turismo como mais um meio de integração social, tal como definido no Plano Nacional de Promoção da Acessibilidade.
Promover eventos e acções de sensibilização para os diferentes actores dos sectores público e privado sobre o assunto, além de desenvolver projectos em parceria com diferentes agentes do sector do turismo e viagens, contribui para o avanço de políticas dirigidas a este público-alvo com necessidades particulares e constitui um vector de desenvolvimento e de inclusão social.
Neste sentido, o Turismo do Algarve, em conjunto com os municípios do Algarve e com o Turismo de Portugal, propõe-se a realizar um Plano Estratégico de Promoção do Turismo Acessível no Algarve, o qual visará desde logo a integração das pessoas com deficiência permanente e também daquelas com mobilidade reduzida, ou seja, idosos, crianças, grávidas, obesos (em diferentes graus) e pessoas temporariamente imobilizadas devido a acidentes, estimando-se que sejam mais de 37 por cento da população mundial.
Para o Turismo do Algarve, a igualdade social pressupõe garantir a acessibilidade a todos, independentemente das diferenças, e entender a diversidade como regra e não com excepção. Este é um novo paradigma, em que esses valores agregados conduzem a acessibilidade a uma cultura na qual as necessidades das pessoas com deficiência e com restrição de mobilidade assumem um carácter estratégico de acção efectiva das regiões e do país.
Assim, é nossa responsabilidade sensibilizar e divulgar orientações acerca da acessibilidade nos mais diversos sectores ligados ao turismo, tais como prestação de serviços, equipamentos e actividades turísticas.
O Plano Estratégico para a Promoção do Turismo Acessível no Algarve tem então como objectivo tornar esta região acessível para todos, fomentando a adaptação da oferta para captar novos turistas e desempenhando também um importante papel ao nível da inclusão social, por via da criação de novos postos de trabalho e de infra-estruturas que beneficiam quem nos visita e quem cá reside.
Tal projecto permitirá aceder a um modelo de promoção de turismo de nichos, incrementar a receita de todos os sectores da actividade turística da região e ainda criar mais oportunidades de emprego, com um excelente reflexo na economia local. Basta recordarmos o expressivo número de potenciais turistas com deficiência e/ou mobilidade reduzida na Europa, onde existem mais de 50 milhões de pessoas no segmento.
Texto: António Almeida Pires
Vice-presidente do Turismo do Algarve
Fonte: Observatório do Algarve
Sem comentários:
Enviar um comentário