Os programas destinados às minorias são poucos e vão para o ar a horas com audiência residual. Mas o combate à exclusão não se faz só com o aumento de formatos ou com o estabelecimento de quotas. A solução passa também pela inclusão transversal.
Contam-se pelos dedos da mão os formatos regulares dedicados a grupos minoritários nos três principais canais generalistas: “Nós”, diário da RTP1, “Etnias”, ao sábado na SIC, “Todos iguais” à segunda-feira na TVI; que vão para o ar por volta das seis da manhã.
Foge à regra, a RTP2 com nove títulos emitidos em vários horários; mas a sua transmissão faz parte das obrigações do canal público.
Segundo o balanço anual da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), a RTP2 dedicou, em 2009, cerca de 348 horas à promoção da diversidade cultural de interesse de grupos minoritários. Seguiu-se a RTP1, com 108 horas (onde se incluiu as nove primeiras emissões de “Salvador” e as galas “Hip Hop: Pobreza Stop” e “Juntos na Diversidade”).
Nas privadas, SIC e TVI, a contabilidade é de 32 e 26 horas, respectivamente.
Um milhão de deficientes
Salvador Mendes de Almeida, apresentador de “Salvador” -o único programa emitido em horário nobre – considera a transmissão da maior importância.
“A estação de serviço público divulga à sociedade portuguesa a existência de aproximadamente um milhão de pessoas com algum tipo de deficiência que, na minha opinião, está sub-representado nos meios de comunicação social”, diz, acrescentando ter notado diferença nas mentalidades: “Recebi muitos e-mails a felicitar a iniciativa”.
E a estratégia deve ser mantida. “Esperamos que o sucesso alcançado pelo programa, reflectido nas audiências e em inúmeras cartas de felicitação que recebemos, motive outras estações de televisão e meios de comunicação a abordar o tema”, sublinha.
O fundador da Associação Salvador defende ser um bom princípio as estações dedicarem parte da programação ao tema da deficiência, bem como incluírem-no de forma transversal na programação e informação.
Fonte e noticia completa: JN
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