sábado, 12 de junho de 2010

Hospital de Abrantes...E o "burro" sou eu? Como diria o outro...

Dia 11 de Janeiro de 2010, enviei um pedido de esclarecimento para: Centro Hospitalar Médio Tejo, Entidade Reguladora da Saúde, Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Associação Portuguesa de Deficientes, Instituto Nacional para a Reabilitação,Gabinete Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Gabinete do Primeiro Ministro, Presidência da República, Instituto Nacional de Emergência Médica, Liga Portuguesa dos Deficientes Motores, Bombeiros Municipais de Abrantes, Câmara Municipal de Abrantes e Hospital Doutor Manuel Constâncio (Abrantes) sobre o porquê dos Bombeiros Municipais de Abrantes me cobrarem o transporte às urgências do Hospital de Abrantes. Veja aqui.

Continuo na busca de respostas. INEM respondeu o seguinte:

Exmo. Senhor,

Encarrega-me o Senhor Presidente do INEM de o informar que o seu e-mail foi por nós recebido e que mereceu toda a nossa atenção.
Não somos alheios ao seu problema de saúde e da necessidade que terá de futuras deslocações aos serviços de urgência, que desejamos que sejam as menos possíveis.

Da parte do INEM gostaríamos de informa-lo que a Emergência Médica é gratuita e que as deslocações em caso de emergência não são cobradas. No entanto, para tal, é necessário estarmos perante situações de perigo de vida eminente e não situações de transporte.
A situação que nos relata será, felizmente, uma situação de transporte. O INEM conta com os seus parceiros (Bombeiros, Cruz Vermelha) para este tipo de ocorrências. De tal forma que esta factura foi cobrada pelos bombeiros.
O CODU do INEM informa os bombeiros da sua tetraplegia. No entanto, a cobrança pela Associação de Bombeiros é feita e é alheia ao INEM.

Sugerimos que contacte a Administração Regional de Saúde que abrange a sua área de residência no sentido de saber que tipo de apoios pode V.Exa beneficiar numa situação deste tipo. Poderão existir situações em que as facturas sejam cobradas à ARS pelos Bombeiros e não ao utente, mas desconhecemos os procedimentos e se de facto existe lugar a este sistema de apoios.
Facto é que, como não se trata de um serviço efectuado pelo INEM, não poderemos responder-lhe pela emissão dessa factura. No “rastreio” pelo INEM e na informação transmitida aos Bombeiros não existe nenhuma falha. Se a informação é passada pelo CODU, existe menção que o utente sofre de uma tetraplegia, pelo que não se deve a esse bloqueio de informação mas sim na falta de accionamento de apoios.

Se necessitar de mais alguma informação adicional sobre esta questão, por favor, não deixe de nos contactar.

Agradecemos a sua preocupação e congratulamo-nos com a sua atitude pró-activa.

Cumprimentos
Raquel da Cruz Leal, Directora do Gabinete de Comunicação e Imagem do Instituto Nacional de Emergência Médica, IP


Centro Hospitalar Médio Tejo a mim nem se deu ao trabalho de responder. Mas ao IGAS já respondeu. Vejam como: Como não concordei com explicações e resumi o porquê ao IGAS, aguardo novos desenvolvimentos, como abaixo podem ver.RESUMINDO: Ando nesta desgastante troca de perguntas/respostas sem fim. Gostaria por favor que reparassem no seguinte pequeno grande pormenor: A mim Hospital de Abrantes ignorou, ao IGAS respondeu. Agora anda o IGAS a receber informação do Hospital, transmite-me essa informação, respondo ao IGAS, que por sua vez pergunta ao Hospital de Abrantes, para me responder a mim. Isto é ridículo e a prova do mau funcionamento das instituições. Senhores, estou a 15 minutos de distância do Hospital. Será que não era mais fácil responderem-me directamente a mim? Qualquer BURRO diria que sim. Que é o meu caso. Mas quem manda não pensa assim. É por ser tetraplégico? Não, é por burrice mesmo. Tenho a certeza absoluta.

11 comentários:

  1. Olá Eduardo,
    Mais um caso de luta e preserverança.
    Li com atenção, e não estando mt dentro deste sistema, pergunto.
    Não tinha que ser a instituição de saude a chamar a ambulancia, neste caso a médica?
    E neste caso penso que qualquer um continua isento desse pagamento.
    Amigo que nunca te falte as forças para poderes combater estas injustiças, que atingem todos mas poucos fazem algo para as liquidar.

    Grande abraço

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  2. Julgo que será mesmo por burrice ou teimosia sua, pois não é mais nem menos que todos os outros.
    Foi informado que teria que pagar um serviço, serviço esse que toda a gente em iguais circunstâncias paga.
    Não é que lhe tenha aparecido uma factura em casa sem saber porquê.
    Se era assim tão urgente porque não se dirigiu logo às urgências ou ligou logo 112, em vez de falar com um médico particular e ser visto por um enfermeiro em casa?

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  3. Anónimo, pelo que sei pessoas dependentes estão isentas de pagar transportes, desde que o médico que nos assiste nas urgências se certifique se caso é mesmo urgente. Daí somente desejar um esclarecimento. E como explico na 1ª mensagem eu tenho tudo pago pela minha seguradora, inclusive neste caso, e Câmara de Abrantes também me quis devolver o dinheiro. Expliquei-lhes que não é esse o caso, mas sim que me esclareçam o que desejo e para que quando futuros dependentes se desloquem
    as urgências não tenham que pagar transportes.

    Fui visto pelo meu médico assistente, pago pelo seguro, porque não sabia da gravidade do meu caso e enfermeiro veio tentar esvaziar minha bexiga que estava em retenção. Como não conseguiram esvazia-la, eu estava com 40 graus de febre, com disreflexias seguidas, liguei para 112.
    E médica aconselhou-me a ligar para os Bombeiros.

    E em caso algum eu quis ser diferente de alguém. Pelo contrário. Eu somente luto por justiça e que leis sejam cumpridas. Se está na lei que dependentes não pagam, não têm que cobrar transportes. E como vê, não sou eu que pago. Por isso até seria mais cómodo ficar quieto.

    Acho que essa sua confusão e dúvidas passarão se ler melhor o que escrevi.
    Obrigado pelo comentário, e se precisar de mais algum esclarecimento disponha.

    Fique bem.

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  4. Miguel, é isso que muitos dizem. Que se INEM chamar os Bombeiros que ficaremos isentos. Mas o INEM por carta diz que lhes comunicou que eu era dependente e isso seria o suficiente para não pagar.

    Mas a questão principal é que nós dependentes estamos isentos de pagar transporte caso ao chegar nas urgências, médico se certifique da real necessidade da nossa ida às mesmas. Foi o meu caso.

    Eu somente quero clarear a situação. Será que ninguém consegue faze-lo? Incrivel como até agora ninguém conseguiu dar-me uma resposta concreta.

    Amigo, eu jamais abdicarei dos meus direitos. Isso ninguém me impedirá.

    Fica bem.

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  5. Olá Eduardo,

    Boa!!! Sempre na luta!!! Quem não luta já perdeu...

    Continue, conte comigo, por favor.

    Alberto

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  6. Eu sei que poderei sempre contar consigo. Sempre que recorri a si, apoiou-me incondicionalmente.
    Obrigado de coração.

    Fique bem.

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  7. Caro bloguista, essa situação é frequente em Portugal, a lei diz que o socorro deve ser gratuito mas na prática não é bem assim.

    Em caso de urgência ou de emergência deve ligar 112, depois a chamada vai para as centrais CODU da responsabilidade do INEM, ai começa os atropelos a s leis nacionais, se o INEM accionar ambulâncias próprias ou de outras entidades que é a mesma coisa, o socorro é gratuito, o INEM suporta a despesa, mas ultimamente é frequente o INEM a querer poupar uns euros a manda ligar os cidadãos para os Bombeiros.

    Com essa situação, a grande maioria dos bombeiros fazem um simples verbete, conhecido como 20025, onde depois prendido e carimbado no Hospital, a unidade hospitalar assume a despesa do transporte, pagando 41 cêntimos por quilómetros aos bombeiros, nem chaga para pagar o gasóleo da ambulância, essa situação leva muitas das vezes tem levado ao abuso dos meios de socorro por muitos cidadãos, que usam as ambulâncias um pouco para tudo, e o mais grave é que nos últimos anos muitas das administrações hospitalares simplesmente deixaram de pagar a despesa dos transporte de urgências ou emergências, recusam carimbar o verbete 20025 aos bombeiros, obrigando os cidadãos pagarem aos bombeiros ou então sujeitarem regatear com o INEM para accionar a ambulância, porque somente assim em muitas zonas pode existir socorro gratuito.

    Mas analisando o seu caso, mais uma vez a culpa foi do INEM, porque tinha critérios para o accionamento de ambulância, e mais uma vez o INEM omitiu o socorro, como consta a lei 200 do código penal português.

    Para melhores esclarecimento pode passar pelo meu blogue, tem artigos interessantes sobre esse assunto.

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  8. O mais giro de tudo é a parte da Raquel Leal dizer que "apenas em perigo de vida iminente!"

    Todos os dias são transportados pelo INEM casos que nem mereciam a urgência do um hospital central (mas sim um centro de saúde).

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  9. Anónimo, e meu caso foi bem esmiuçado (como diriam os outros...) por uma médica do INEM. Ela própria me informou da gravidade do meu estado de saúde, e como não poderia sequer sentar-me (para não pressionar bexiga)tinha que ser transportado em maca e ser imediatamente atendido numas urgências. Até nº de telefone dos Bombeiros me forneceu...

    Fique bem.

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  10. Caso justifique, deve insistir com o INEM para accionar a respectiva ambulância, para que esse instituto público assuma a responsabilidade do transporte e a despesa, como também consta na carta que recebeu, o que muitas das vezes não é fácil, O INEM é um estado dentro do próprio estado, logo saberá porquê.

    Em relação aos verbete 2025 do SNS, efectuado pelos bombeiros, ultimamente muitos hospitais simplesmente deixaram de carimbar e com isso suportar a despesa do transportes, mas também sei que muitos corpos de bombeiros aboliram esse acordo por autoria própria, existe a necessidade de ir aos seus bombeiros da área se informar, e em caso negativo saber o porquê é que esses bombeiros não cumprem o protocolo celebrado a mais de quarenta anos entre a Liga dos Bombeiros Portugueses e o SNS, onde esta em vigor, a mesma questão deve ser dirigida as administrações hospitalares, saber com que direito é que se aboliu esse direito dos cidadãos e porquê.

    È prepare-se para muitas surpresas, nem eles mesmo sabem quem é que impôs, mas a lei diz claramente que o cidadão tem o direito a um socorro gratuito, e cabe aos cidadãos usarem de forma responsável os escassos meios existentes.

    Na ausência do verbete 20025, os bombeiros podem aplicar qualquer preço por quilómetro, cabe ao cidadão saber antes qual é o preço estimado pelo o serviço.

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  11. Entendi, Paulo Ferreira. Irei seguir suas sugestões.
    Valor actual a cobrar pelos bombeiros sei que são
    0,48 por km.

    Muito obrigado pela ajuda.

    Fique bem.

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