A ministra da Saúde, Ana Jorge, apelou hoje, no Porto, aos médicos para que olhem para o enquadramento socioeconómico do doente quando prescrevem medicamentos.
«Aos médicos, que decidem a melhor terapêutica para o doente, pedimos que olhem para a pessoa que têm à sua frente, não apenas do ponto de vista clínico, mas tendo em conta o seu enquadramento socioeconómico», afirmou Ana Jorge, na inauguração da Farmácia do Hospital S. João.
A ministra salientou que a adesão à terapêutica «depende, em muito, da capacidade de aquisição do medicamento», garantindo o Estado uma comparticipação a 100 por cento para os cidadãos mais carenciados apenas «se forem prescritos e dispensados os medicamentos com preço mais baixo em cada grupo terapêutico».
«Medicamentos mais baratos não significam hoje medicamentos de menor qualidade. Essa é uma ideia errada que é preciso contrariar, já que os [medicamentos] genéricos nos garantem a mesma eficácia e segurança», frisou.
Ana Jorge referiu que, com o novo «pacote do medicamento», que entrou em vigor em 1 de Junho, o Governo conta «reduzir a despesa em cerca de 80 milhões de euros, sem, no entanto, beliscar as necessidades dos cidadãos».
«Para tal contamos com a sensibilidade dos profissionais de saúde, médicos e farmacêuticos», realçou.
A ministra opôs-se à obrigatoriedade de subscrição do medicamento por substância activa, proposta de novo pelo CDS, afirmando que tudo que seja feito por imposição e contra os profissionais não terá o mesmo sucesso que tem quando há um envolvimento de médicos e farmacêuticos.
A farmácia hoje inaugurada no Hospital S. João é a maior do país e a segunda maior da Europa, sendo a primeira em Portugal com Farma-Drive, que permite ao utente comprar os medicamentos sem sair do carro.
Esta farmácia tem também o maior robô da Europa para disponibilização de medicamentos, uma tecnologia desenvolvida numa parceria entre uma empresa italiana e outra portuguesa.
Ana Jorge referiu que, com esta inauguração, fica completa a instalação do primeiro grupo de seis farmácias a funcionar 24 horas por dia em hospitais públicos, estando o Ministério da Saúde a estudar o alargamento deste serviço a novas unidades.
Fonte: SOL
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