Os professores preferem mais autonomia a orientações específicas do Ministério da Educação para trabalhar com alunos filhos de imigrantes e dão nota negativa às condições para acolher e garantir sucesso a crianças com deficiência, segundo um inquérito nacional.
O inquérito aos professores realizado no âmbito do projecto 'Estado, Escola e Diversidade', cujos resultados são apresentados na segunda-feira, em Lisboa, mostra que a escola está ainda pouco preparada para lidar com públicos diferentes, disse à agência lusa a investigadora Joana Lopes Martins, co-autora do estudo.
Os professores dão nota negativa às condições de trabalho para acolher e garantir sucesso a alunos portadores de deficiência, de etnia cigana, de países fora do espaço europeu dos 27, jovens a viver em instituições, filhos de ex-emigrantes de países não lusófonos e meios pobres.
Entre os factores que favorecem um bom desempenho escolar surgem em primeiro lugar os hábitos de trabalho, seguidos do acompanhamento familiar, com os dispositivos da escola remetidos a um penúltimo lugar.
O acolhimento e integração dos alunos de origem imigrante faz-se com aulas de Português-Língua Não Materna (84,4 por cento), avaliação diferenciada (33,9 por), turmas com currículos alternativos (21,7 por cento) e currículos profissionais (20 por cento).
As alterações na sala de aula identificadas pelos professores decorrem essencialmente dos níveis linguísticos diferenciados (77,8 por cento), referências culturais diferenciadas (58 por cento) e níveis distintos de preparação académica (51,3 por cento), representando os problemas comportamentais 21 por cento e o absentismo 10,7 por cento.
Fonte e mais informação: SOL
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