sábado, 24 de julho de 2010

Britânico Luta Pelo Direito á Morte

Desde que sofreu um derrame, em 2005, que o deixou paralisado do pescoço para baixo e lhe roubou a voz, Tony Nicklinson apenas consegue comunicar através de leves movimentos com a cabeça, os olhos e as pálpebras. Farto dessa situação, o britânico de 56 anos quer que a mulher o ajude a morrer sem correr o risco de ser processada. Para isso, entrou com um processo na justiça no Reino Unido.

Nicklinson - que segundo os seus advogados não deseja passar os próximos 20 anos com a síndrome do encarceramento - pede ao Ministério Público que esclareça a lei sobre a chamada "morte digna", isto é, quando um homicídio é cometido por compaixão, a pedido da vítima.

O Ministério Público (MP) britânico divulgou, no passado mês de fevereiro, orientações sobre suicídio assistido na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte.
Mulher pronta para ajudar marido a morrer

A única forma legal, atual, de Nicklinson conseguir morrer é por inanição, isto é, se recusar alimentos e bebida, mas a mulher, Jane, está preparada para lhe dar uma dose letal de medicamentos. O problema é que, se fizer isso, poderá ser acusada de homicídio.

Advogados da família querem que o MP esclareça se vai processar Jane. Caso a resposta seja afirmativa, deverão recorrer com o argumento de que a lei em vigor viola o direito à privacidade de Nicklinson, de acordo com o artigo 8º da Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

Nicklinson, que sofreu o derrame durante uma viagem de negócios a Atenas, Grécia, lamenta não o terem deixado morrer naquela ocasião.

"Fiquei paralisado do pescoço para baixo, e não posso falar. Preciso de ajuda para quase tudo. E só posso comer quando me alimentam, mas, ao contrário de um bebé, eu não vou evoluir. Não me resta privacidade ou dignidade. Sou lavado, vestido e colocado na cama por enfermeiros que são, apesar de tudo, estranhos. Estou farto, e não quero passar os próximos 20 anos, ou o que seja, assim. Se perguntarem se estou grato aos médicos que me salvaram a vida em Atenas, a resposta é não, não estou", afirma Nicklinson, que conseguiu dizer isso apontando com a cabeça para letras num quadro colocado na sua frente.

O mais provável é que o caso de Tony Nicklinson acabe por ser decidido por um júri. Recorde-se que, no passado mês de Janeiro, a britânica Kay Gilderdale foi ilibada da acusação de tentativa de assassinato depois de admitir ter ajudado a filha deficiente (Lynn havia tentado o suicídio) a morrer.

Fonte: Expresso

7 comentários:

  1. Caro Eduardo,
    Não podemos julgá-lo. Ele encara o sofrimento como consegue.
    Espero que o MP não permita sua morte.
    Deus dá a cada um o fardo que pode suportar.
    Um abraço.

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  2. Mónica, infelizmente este assunto é tão complexo que debate-lo aqui seria impossível.

    Mas posso-te dizer que nos casos de quem esteja lúcido e seja maior de idade, eu concordo com a eutanásia. É como escreves. Não podemos nem devemos julgar ninguém que toma esta decisão. Ele melhor que ninguém saberá do porquê desta decisão.

    Fica bem.

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  3. Querido Eduardo,
    Respeito sua opinião.
    Realmente é um assunto que não cabe um debate, porque envolve inclusive crenças religiosas e cada um tem a sua.
    Um abraço.

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  4. Verdade, Mónica. As questões religiosas também contam muito.

    Obrigado por estares sempre presente.

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  5. Querido Eduardo,
    Não tem o que agradecer, já que sou eu a beneficiada.
    Frequentar seu blog é uma grande alegria, honra e aprendizado. Sou eu que agradeço a oportunidade.
    Um abraço!

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  6. Boa Noite
    Sr Eduardo Jorge

    Acabo de ler os seus comentários,como deficiênte que sou, presidente de uma IPSS, é com certeza que muito ainda há para fazer em relação a deficiência.

    Gostava de lhe perguntar, de onde é propriamente, e se esta ligado a alguma entidade.

    Pois deixo-lhe aqui os contactos da instituição que represento, teria muito gosto em marcar uma pequena reunião consigo, e quem sabe senão poderia vir a participar do nosso projecto.

    Nome: Associação Social Cultural e Desportiva "OS TROVÕES" Instituição Particular de Solidariedade Social.

    Contactos:
    Telefone: 210 194 650
    Fax:----- 210 194 650
    Telemovel: 934 399 075
    e-mail: cdtrovoes@hotmail.com
    e-mail: ascdostrovoes@gmail.com

    Com os mais sinceros cumprimentos

    O Presidente
    António Barreto

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  7. Combinado, António Barreto. Será um prazer trocarmos ideias.
    Entrarei em contacto consigo.
    Fique bem.

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