Investigadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, mostraram pela primeira vez que a estimulação cerebral combinada a exercícios de reabilitação simples podem ajudar doentes a recuperarem movimentos do braço e das mãos vários meses após um acidente vascular cerebral (AVC), avança o site Ciência Diária.
“Esta pesquisa mostra que é possível induzir o cérebro a ser mais receptivo aos exercícios de reabilitação, permitindo que reaprenda a controlar bem o movimento”, diz Winston Byblow, um dos responsáveis pelo estudo. “A deficiência nos membros superiores é muito comum após um acidente vascular cerebral, e pode ter um grande impacto na qualidade de vida das pessoas e em suas independências”, explica.
Como muitos doentes que sofreram AVC tendem a precisar de uma reabilitação para voltar a andar e falar, o movimento dos braços e das mãos é considerado muitas vezes menos relevante. Neste sentido, o novo estudo dá esperança para quem sofre com deficiências permanentes em membros superiores depois de meses do AVC.
A equipa trabalhou com dez participantes que tinham deficiência nos braços e mãos após seis meses do AVC. Foram submetidos a estimulação magnética no crânio, em áreas associadas ao controle dos movimentos de membros superiores. Após as sessões, alternadas com exercícios padrão de reabilitação, as pessoas mostraram melhoras significativas em tarefas como levantar um objecto como o dedo indicar e o polegar (que exigem destreza manual e coordenação de músculos ao longo do tecido do braço).
“A ideia de reequilibrar o cérebro tem sido defendida por muitos investigadores, mas os nossos estudos mostram que o lado afectado do cérebro contribui para a recuperação de alguma forma”, explica Bylblow. “É frequentemente aceito que devemos focar o lado saudável do cérebro durante a reabilitação, mas estudos mostram que não é tão simples assim. Há um grande potencial inexplorado no lado danificado do cérebro, e não se trata apenas de recusar o lado sadio para forçar o lado afectado para trabalhar mais”.
O artigo mais recente sobre o estudo foi publicado na revista Stroke.
Fonte: RCM Pharma
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