quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tetraplégico Semeia Legumes com a Boca

Um homem de 52 anos, portador de deficiência, que se desloca com a ajuda de uma cadeira de rodas, semeia legumes com a boca e vai vender os produtos aos sábados frente ao mercado de Salvaterra de Magos.

O trabalho de António Carvalho Pereira é feito no alpendre da casa térrea da família, numa zona rural do concelho, onde vive com a mãe. Instalado na cadeira de rodas eléctrica - comprada a prestações com o dinheiro que poupou da pensão - António Pereira dedica-se à plantação de couve e alface nos pequenos cubículos de cuvetes.

Usa o cabo de um pincel que lhe ofereceram, com um ferro aplicado na extremidade, para executar um trabalho de precisão. Cada uma das sementes é empurrada cuidadosamente para dentro da terra com a ajuda do utensílio que segura entre dentes.

Às 7h10 da manhã, todos os sábados, António deixa a casa e inicia um percurso lento de quatro quilómetros até ao mercado que demora 45 minutos a fazer. O mais difícil é superar em cadeira de rodas a estrada em terra batida que o leva até à nacional. Depois vai percorrendo a berma da 118, seguindo ao seu ritmo.

Veja o vídeo, aqui.

Fonte: O Mirante

ACRESCENTO: É triste verificar que a Acção Social da sua área, não o informa que tem direito á cadeira de rodas. De certeza que não lhe chega a informação. É pena, pois continua a pagar um equipamento com dificuldades, sendo que o Estado é que lho deveria disponibilizar de graça.

2 comentários:

  1. Caro Eduardo,
    Esta matéria, pra mim, mostrou muito mais do que a necessidade da informção da gratuidade chegar a quem precisa. Vai muito além.
    Eu vi um homem, trabalhado dignamente, parecia um artista realizando uma obra! Apesar de muito esforço físico, com toda eficiência consegue fazer o longo trajeto, atrelando um reboque à sua cadeira, para vender suas plantas.
    Admiro muito quem não se acomoda e descobre um jeito de ser útil! Qualquer jeito...

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  2. Concordo plenamente, Mónica!
    Extraordinária a maneira que encontrou para continuar activo. Não se resignou à sua condição.

    Mas tenho pena de o ver a pagar uma cadeira, caríssima, a prestações, sendo que tem direito a uma.

    Fica bem.

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