A Associação Portuguesa de Deficientes (APD) quer analisar a situação dos deficientes que vivem em todo o distrito, para perceber as carencias com que estes se deparam no dia a dia.
Castelo Branco e o Fundão serão os concelhos a estudar proximamente, depois de a primeira fase do trabalho ter incidido sobre a Covilhã, onde a APD tem a sede da sua delegação distrital.
Segundo o "Levantamento/Inquérito sobre as deficiências e deficientes do distrito de Castelo Branco" 33,01 por cento dos deficientes do concelho da Covilhã vivem com um rendimento mensal igual ou inferior a 250 euros.
O documento foi elaborado com base em entrevistas a 103 pessoas com deficiência, residentes em 21 freguesias do concelho.
Quarenta por cento dos inquiridos tem como fonte de rendimento o subsídio à deficiência e apenas 13,59 por cento vive do vencimento. O Rendimento Social de Inserção chega a apenas 0,97 por cento dos inquiridos.
"Muitas pessoas até querem trabalhar, mas as entidades limitam um pouco o trabalho às pessoas com deficiência e então muitas vivem apenas dos subsídios que conseguem ter", referiu Filipa Nicolau, a coordenadora do estudo.
Teresa Campos, a presidente da delegação distrital da APD, classifica de "dramática" a situação económica em que vivem muitos deficientes.
"Por vezes temos de pedir ajuda a outras instituições", diz a dirigente, que não se mostra surpreendida com os resultados divulgados.
A própria delegação distrital, sedeada na Covilhã, tem dificuldades em manter a porta aberta.
"Nós não temos apoios, a não ser a quotização dos sócios que é tão pequenina que dá para pagar dois ou três meses de electricidade", refere Teresa Campos.
A APD tem cerca de 660 sócios no distrito, que pagam seis euros por ano.
A Câmara Municipal da Covilhã mostra-se disponível para ajudar, mas remete parte da responsabilidade para o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.
"A câmara municipal ajuda quando entende que pode ajudar e quando há dinheiro para poder ajudar", referiu Paulo Rosa.
O vereador da autarquia lembra o trabalho que tem sido feito na requalificação de espaços públicos e nos transportes, áreas em que os deficientes inquiridos dizem ter mais necessidades.
"Algumas entidades até querem melhorar mas não sabem quais são os pontos chave", admite Filipa Nicolau, a coordenadora do documento. Reconquista
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