terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Um oásis para alunos com deficiência

A integração de jovens com necessidades educativas específicas no ambiente escolar do 2.º e 3.º ciclo é inédita em Gaia. Após terem ganho o selo de "Boas Práticas", da Delloite, os mentores do programa querem alargar o espaço e receber mais alunos.

O projecto é pioneiro em Gaia e um dos poucos a nível nacional. A Unidade Multideficiência nasceu em Outubro de 2009, fruto da perseverança da direcção do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, que levou o plano à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN). O organismo gostou da ideia e financiou a criação de uma sala de aula única na EB 2,3 Teixeira Lopes, em Gaia.

"Não fazia sentido ter alunos com 15 anos no 1º ciclo. O projecto surgiu para dar continuidade ao trabalho que o agrupamento tem feito ao nível do ensino básico e para promover a inclusão destes jovens entre os seus pares", justifica Filinto Lima, director da escola. A unidade acolhe sete crianças, com idades entre os 10 e 15 anos, e já tem lista de espera, apesar de não ter mais espaço.

Lucinda Rodrigues, directora da área de educação especial, refere que a forte procura se deve ao currículo misto, que permite que crianças com quadros de múltiplas deficiências possam ter actividades adaptadas, que são coordenadas com disciplinas do ensino regular, fomentando a interacção com alunos da mesma idade.

A unidade resulta do esforço de vários organismos que apoiaram o projecto desde o início. O espaço organiza, com a ajuda da Cercigaia e da APPACDM, formação especializada para os pais. A Câmara de Gaia disponibiliza técnicos de musicoterapia e psicomotricidade e o Clube Hípico de Arcozelo, à semelhança do que aconteceu no ano passado, deverá oferecer aulas de hipoterapia, agendadas para a Primavera.

Dois professores e três assistentes operacionais dedicam-se em exclusivo a estes jovens, desenvolvendo conteúdos adaptados ao aluno. O objectivo é que se torne autónomo, através do treino exaustivo de competências. Susana Gonçalves, professora de ensino especial, indica que "parte do material é construído para a funcionalidade de cada aluno, para baixar os níveis de ansiedade".

A direcção quer integrar mais crianças no programa, que foi nomeado para o concurso "Boas Práticas no Sector Público", promovido pela Delloite. Para tal, aguarda que o Ministério da Educação faça as obras há muito solicitadas. Até lá, os mentores da ideia esperam que o seu exemplo seja seguido por mais escolas. JN

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