quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Vira livro história de técnico campeão da Libertadores que ficou tetraplégico

Seis anos após sofrer uma tentativa de assalto e levar um tiro que o deixou tetraplégico, o ex-técnico colombiano Luis Fernando Montoya, campeão da Taça Libertadores à frente do Once Caldas em 2004 (eliminando Santos, São Paulo e Boca Juniors), decidiu contar sua história em um livro. O objetivo do livro, segundo o próprio Montoya, não é despertar compaixão, mas servir de exemplo para muitos leitores.

Foi assim que nasceu "O Campeão da Vida", do jornalista e escritor colombiano Jaime Humberto Herrera. Em 208 páginas distribuídas em 15 capítulos, e com prefácio de Francisco Maturana, outro treinador compatriota e campeão sul-americano (em 1989, pelo Atlético Nacional de Medellín) e ex-técnico da seleção colombiana, a obra descreve parte da vida de Montoya e, sobretudo, seu processo de superação.

- Ele estava um pouco temeroso de contar sua intimidade, mas após um ano da proposta de fazer o livro, ele me disse que deveria lançá-lo, e assim começou todo um processo que durou dezoito meses de trabalho. A ideia era contar coisas novas e, principalmente, o processo de superação. Por isso, embora haja partes sobre sua infância, de como ajudava seu pai a carregar um caminhão de carvão nas minas de Amagá, a ênfase foi em como começou a tomar amor pela vida apesar de sua paralisia, apesar de só poder movimentar a cabeça - afirmou Herrera.

Segundo Montoya, sua história "pode servir ao cidadão comum a qualquer momento, quando surgir uma dificuldade".

- A ideia era mostrar às pessoas que, apesar das limitações, ele sonha em fazer algo, trabalhar, por isso saiu o livro. Em alguns dos encontros com Montoya, é como se tivesse por perto um cartaz dizendo 'é proibido chorar', mas por dentro sentia algo me consumindo. Algumas vezes, quando terminava a entrevista, não aguentava de vontade de chorar ao me colocar em seu lugar - revelou o escritor.

O livro, cujo valor obtido com as vendas ajudará no tratamento de Montoya, não entra em detalhes sobre o dia em que foi baleado (22 de dezembro de 2004), a pedido do próprio ex-treinador.

- Ele tirou algumas coisas dos dois últimos capítulos, sobretudo porque falava a respeito de alguma sensibilidade em seus pés, o que poderia levar a falsas expectativas - disse Herrera.

- As pessoas terão Luis Fernando Montoya por muito momento, porque estou apaixonado pela vida, eu me sinto orgulhoso de ser colombiano - afirmou o ex-técnico.
Fonte: globoesporte.com

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